Tantos dias de calor surtiram em
mim uma inquietação estranha e aumentaram aquela velha vontade de “não sei o
que”, que vez por outra acompanha meus dias. Vontade de pular etapas,
distribuir elogios, adotar um cachorro e comprar um apartamento branco onde pudesse
abrigar meus milhares de sonhos. Difícil definir a sensação. Talvez seja pura
ansiedade, talvez carência ou, quem sabe, uma espécie de TPM adquirida pela
convivência diária com tantas mulheres e os mais diversos ciclos hormonais.
Passei
a me alimentar de paixões, uma a cada dia. Amores platônicos das ruas por onde
ando, do ônibus, da fila do supermercado. Engraçado durarem apenas 24 horas,
alguns poucos minutos a mais ou a menos até darem espaço a um novo sorriso, a
uma nova paixão. Sou bobo com essas coisas e já imagino tardes de sorvete com
direito a comentários dos filmes da noite anterior.
Talvez
seja mesmo carência. Não leia solidão, e sim carência em seu sentido mais
romântico e conjugal. Desnecessariamente ou não, essa vontade de estar com alguém
tem tido relevância no meu dia-a-dia, guiando minhas conversas, meus olhares e
as trilhas sonoras do meu celular.
Uma
mudança sutil de sensações, tudo muito saudável, sem neuroses ou crises agudas
de lágrimas e soluços. De estranho, apenas o desejo incontrolável de abrir a
correspondência alheia jogada ao pé da escada, ignorada pelo real destinatário que
parece nem ao menos saber da sua existência.
De
fato, é carência, e meu coração até já abriu edital.
Adorei!!!
ResponderExcluirVi Raissa com essa postagem no face e resolvi investigar que negocio é esse...rsrs
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